Continuação.....
A
única exceção
A única exceção que vemos na Bíblia quanto a levar o animal preparado era a
seguinte: quando alguém que fosse subir a Jerusalém sacrificar ao Senhor e
morasse muito longe, para não fazer toda a viagem com o animal, poderia
vendê-lo e subir com o dinheiro. Com esta orientação, o Senhor queria facilitar
o trânsito do adorador apenas. Facilitar a viagem e nada mais. Ele deveria
criar suas ovelhas, reconhecendo que a melhor do rebanho não seria dele e sim
do Senhor. Então quando chegava o dia de subir ao templo, ele se desfazia dela
do mesmo jeito!
Mas os judeus distorceram este princípio. Em nome da facilidade, instituíram um
sistema onde ninguém mais precisava gastar tempo na preparação do sacrifício,
bastava comprá-lo de última hora. Por isto Jesus os chamou de ladrões. A única
coisa que eles estavam roubando era A PREPARAÇÃO PARA O CULTO.
O momento do sacrifício não era o culto em si, somente o clímax de algo que já
havia sido iniciado no coração do ofertante há muito tempo.
Talvez devêssemos nos perguntar porque Jesus ficaria tão incomodado com um
estilo de culto que estava prestes a mudar. Em poucos dias Jesus seria
crucificado, a Nova Aliança estabelecida, e o culto a Deus não mais se
expressaria por meio do sacrifício de animais... Mas a verdade é que o Senhor
Jesus não estava preocupado com a manifestação externa do culto, mas como
aquilo refletia um coração indiferente. E mesmo mudando o estilo da adoração,
ele sabia que nós continuaríamos errando e tropeçando nas mesmas coisas. Então
não perdeu a chance de corrigir um pecado de sua época, e também de nos deixar
um ensino importantíssimo: o valor do que oferecemos ao Senhor em nosso culto
está intimamente ligado a nossa preparação para o culto.
Fico profundamente triste em ver como as pessoas vão para os cultos em nossas
igrejas. Sem contar o fato que muitos chegam atrasados (o que reflete o valor
do culto ou sua preparação), e não estou falando de cinco ou dez minutos
apenas! O momento em que nos reunimos para cantar e orar ao Senhor, não é toda
a expressão do culto, mas o clímax de toda uma preparação que já começou antes
de sairmos de casa.
Mas muitos crentes passam a tarde toda de um domingo (e não estou santificando
o domingo em relação aos outros dias, mas reconhecendo-o como o dia
convencional de culto em que a maioria das pessoas não trabalha e poderia
cumprir o que estou dizendo) na frente da televisão, se ‘empanturrando’ com
tudo o que vem da ‘bandeja’ dos apresentadores de programas de auditório.
Outros estão ligados no esporte, mas não quero discutir a programação. O fato é
que muitos passam a tarde toda na frente da TV e depois quando chega a hora de
ir para o culto – e às vezes depois dela – saem correndo para a igreja sem
sequer ter cultivado um tempo diante do Senhor. Estão com seu espírito
totalmente desligado e insensível para a presença de Deus. E depois se
perguntam porque não experimentam nada de diferente!
Deixe-me dizer-lhe que a presença de Deus não é como uma torneira que você abre
e fecha a hora que quiser. A presença do Senhor não é como um interruptor que
você liga e desliga a hora que bem entende com resultados instantâneos. Não!
Para provar a presença do Senhor sua carne tem que morrer primeiro, seu espírito
precisa estar desperto, sensível. Mas a verdade é que para alguém que se prepara antes do
culto, que tira um tempo para orar, meditar na Palavra, se concentrar no
propósito do culto, buscar a presença e intimidade do Senhor, a adoração está
boa a partir da primeira frase cantada. A primeira oração já é poderosa!
Precisamos entender que o culto não fica melhor com seu andamento, nós é que
nos despertamos para a presença do Senhor que estava lá o tempo todo nos
esperando.
Muita gente não cultiva em seu coração expectativa alguma para o mover de Deus,
e acaba não provando nada nos cultos. A expectativa é algo que determina
resultados. Quando Jesus foi para Nazaré, sua cidade, as pessoas olhavam para
Ele sem expectativa. Diziam: “Não é este o carpinteiro, filho de José e Maria?”
Em outras palavras, estavam dizendo que viram Ele crescer, que o conheciam, e
não esperaram muita coisa dEle, o que fez o próprio Jesus afirmar que um
profeta não tem honra em sua pátria (Mc 6:1-6). O relato bíblico diz que Jesus
NÃO PÔDE fazer muitos milagres ali, a não ser curar uns poucos enfermos. Isto
me faz questionar porque Deus não tenha podido fazer muitos milagres em nossos
cultos, a não ser curar uns poucos enfermos... A resposta é óbvia: vamos para
nossas reuniões sem esperar que aconteça. Não choramos e gememos diante do
Senhor em intercessão, não exercitamos nossa fé, não o buscamos antes da
reunião!
Mas se fizermos isto, se aprendermos a nos preparar para o culto, tudo será
diferente. Já evoluímos bastante na nossa qualidade musical, mas retrocedemos
na preparação. Os crentes antigos se preparavam melhor que nós antes do culto. Na igreja que eu congregava quando me converti,quando eu chegava a uma igreja e muitos estavam de
joelhos clamando pela reunião. Hoje em dia, na hora de começar a reunião você
quase tem que tocar um sino para que a conversa pare. Não estamos nos
preparando para o culto. E achamos que basta cantar um pouquinho para que nosso
Deus se agrade. Mas estamos errando! E a severidade com a qual Jesus nos
trataria hoje não seria menor do que a que Ele usou ao virar as mesas dos
vendedores no templo. Certamente se Jesus estivesse fisicamente aqui hoje e
quisesse “arrumar” as coisas em sua igreja, nos consideraria tão merecedores de
um chicote quanto aqueles cambistas judeus de seus dias terrenos.
Precisamos corrigir isto em nossas vidas se queremos mais da presença do
Senhor. Se queremos de fato agradá-Lo, precisamos entender que o culto não
começa na oração de abertura, mas em nossa casa, bem antes da reunião.
Meu irmão(ã), quero desafiá-lo em nome de Jesus Cristo a considerar e corrigir
este princípio em sua vida. Virão dias em que provaremos um grande derramar de
Deus em nossos cultos. Tenho
pensado muito ultimamente na frase de Josué: “Santificai-vos, porque amanhã o
Senhor fará maravilhas no meio de vós” (Js 3:5). Não há melhor forma de ver
Deus fazendo grandes coisas em nosso meio do que prepararmos para isto!
Não sei o que tem sido seu ‘ladrão’ da preparação do culto. Talvez fosse só o
fato de ignorar este princípio. Talvez seja o jogo de futebol ou de seu time.
Talvez sejam os programas de auditório. Sei que entre os ladrões da preparação
do culto a TV ganha disparado. Talvez seja outra coisa, mas você pode mudar isto. Alguns podem achar que estou espiritualizando demais, mas quando
contextualizamos o que houve naquele dia lá no templo, não podemos chegar a
outra conclusão. Experimente gastar tempo preparando-se para o culto e comprove
você mesmo a diferença que isto faz. Mas não quero que conclua só na base do
que foi bom para você. Além de ser bom para você, certamente o será para o
nosso Pai Celeste que anseia pela comunhão conosco!
Com amor em Cristo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário