"Somente Ele é a rocha que me salva; Ele é a minha torre segura! Jamais serei abalado! "Sl 62:2

quarta-feira, 7 de março de 2012

A preparação do culto - Final

Continuação.....

A única exceção

A única exceção que vemos na Bíblia quanto a levar o animal preparado era a seguinte: quando alguém que fosse subir a Jerusalém sacrificar ao Senhor e morasse muito longe, para não fazer toda a viagem com o animal, poderia vendê-lo e subir com o dinheiro. Com esta orientação, o Senhor queria facilitar o trânsito do adorador apenas. Facilitar a viagem e nada mais. Ele deveria criar suas ovelhas, reconhecendo que a melhor do rebanho não seria dele e sim do Senhor. Então quando chegava o dia de subir ao templo, ele se desfazia dela do mesmo jeito!

Mas os judeus distorceram este princípio. Em nome da facilidade, instituíram um sistema onde ninguém mais precisava gastar tempo na preparação do sacrifício, bastava comprá-lo de última hora. Por isto Jesus os chamou de ladrões. A única coisa que eles estavam roubando era A PREPARAÇÃO PARA O CULTO.

O momento do sacrifício não era o culto em si, somente o clímax de algo que já havia sido iniciado no coração do ofertante há muito tempo.

Talvez devêssemos nos perguntar porque Jesus ficaria tão incomodado com um estilo de culto que estava prestes a mudar. Em poucos dias Jesus seria crucificado, a Nova Aliança estabelecida, e o culto a Deus não mais se expressaria por meio do sacrifício de animais... Mas a verdade é que o Senhor Jesus não estava preocupado com a manifestação externa do culto, mas como aquilo refletia um coração indiferente. E mesmo mudando o estilo da adoração, ele sabia que nós continuaríamos errando e tropeçando nas mesmas coisas. Então não perdeu a chance de corrigir um pecado de sua época, e também de nos deixar um ensino importantíssimo: o valor do que oferecemos ao Senhor em nosso culto está intimamente ligado a nossa preparação para o culto.

Fico profundamente triste em ver como as pessoas vão para os cultos em nossas igrejas. Sem contar o fato que muitos chegam atrasados (o que reflete o valor do culto ou sua preparação), e não estou falando de cinco ou dez minutos apenas! O momento em que nos reunimos para cantar e orar ao Senhor, não é toda a expressão do culto, mas o clímax de toda uma preparação que já começou antes de sairmos de casa.

Mas muitos crentes passam a tarde toda de um domingo (e não estou santificando o domingo em relação aos outros dias, mas reconhecendo-o como o dia convencional de culto em que a maioria das pessoas não trabalha e poderia cumprir o que estou dizendo) na frente da televisão, se ‘empanturrando’ com tudo o que vem da ‘bandeja’ dos apresentadores de programas de auditório. Outros estão ligados no esporte, mas não quero discutir a programação. O fato é que muitos passam a tarde toda na frente da TV e depois quando chega a hora de ir para o culto – e às vezes depois dela – saem correndo para a igreja sem sequer ter cultivado um tempo diante do Senhor. Estão com seu espírito totalmente desligado e insensível para a presença de Deus. E depois se perguntam porque não experimentam nada de diferente!

Deixe-me dizer-lhe que a presença de Deus não é como uma torneira que você abre e fecha a hora que quiser. A presença do Senhor não é como um interruptor que você liga e desliga a hora que bem entende com resultados instantâneos. Não! Para provar a presença do Senhor sua carne tem que morrer primeiro, seu espírito precisa estar desperto, sensível. Mas a verdade é que para alguém que se prepara antes do culto, que tira um tempo para orar, meditar na Palavra, se concentrar no propósito do culto, buscar a presença e intimidade do Senhor, a adoração está boa a partir da primeira frase cantada. A primeira oração já é poderosa! Precisamos entender que o culto não fica melhor com seu andamento, nós é que nos despertamos para a presença do Senhor que estava lá o tempo todo nos esperando.

Muita gente não cultiva em seu coração expectativa alguma para o mover de Deus, e acaba não provando nada nos cultos. A expectativa é algo que determina resultados. Quando Jesus foi para Nazaré, sua cidade, as pessoas olhavam para Ele sem expectativa. Diziam: “Não é este o carpinteiro, filho de José e Maria?” Em outras palavras, estavam dizendo que viram Ele crescer, que o conheciam, e não esperaram muita coisa dEle, o que fez o próprio Jesus afirmar que um profeta não tem honra em sua pátria (Mc 6:1-6). O relato bíblico diz que Jesus NÃO PÔDE fazer muitos milagres ali, a não ser curar uns poucos enfermos. Isto me faz questionar porque Deus não tenha podido fazer muitos milagres em nossos cultos, a não ser curar uns poucos enfermos... A resposta é óbvia: vamos para nossas reuniões sem esperar que aconteça. Não choramos e gememos diante do Senhor em intercessão, não exercitamos nossa fé, não o buscamos antes da reunião!

Mas se fizermos isto, se aprendermos a nos preparar para o culto, tudo será diferente. Já evoluímos bastante na nossa qualidade musical, mas retrocedemos na preparação. Os crentes antigos se preparavam melhor que nós antes do culto. Na igreja que eu congregava quando me converti,quando eu chegava a uma igreja e muitos estavam de joelhos clamando pela reunião. Hoje em dia, na hora de começar a reunião você quase tem que tocar um sino para que a conversa pare. Não estamos nos preparando para o culto. E achamos que basta cantar um pouquinho para que nosso Deus se agrade. Mas estamos errando! E a severidade com a qual Jesus nos trataria hoje não seria menor do que a que Ele usou ao virar as mesas dos vendedores no templo. Certamente se Jesus estivesse fisicamente aqui hoje e quisesse “arrumar” as coisas em sua igreja, nos consideraria tão merecedores de um chicote quanto aqueles cambistas judeus de seus dias terrenos.

Precisamos corrigir isto em nossas vidas se queremos mais da presença do Senhor. Se queremos de fato agradá-Lo, precisamos entender que o culto não começa na oração de abertura, mas em nossa casa, bem antes da reunião.

Meu irmão(ã), quero desafiá-lo em nome de Jesus Cristo a considerar e corrigir este princípio em sua vida. Virão dias em que provaremos um grande derramar de Deus em nossos cultos. Tenho pensado muito ultimamente na frase de Josué: “Santificai-vos, porque amanhã o Senhor fará maravilhas no meio de vós” (Js 3:5). Não há melhor forma de ver Deus fazendo grandes coisas em nosso meio do que prepararmos para isto!

Não sei o que tem sido seu ‘ladrão’ da preparação do culto. Talvez fosse só o fato de ignorar este princípio. Talvez seja o jogo de futebol ou de seu time. Talvez sejam os programas de auditório. Sei que entre os ladrões da preparação do culto a TV ganha disparado. Talvez seja outra coisa, mas você pode mudar isto. Alguns podem achar que estou espiritualizando demais, mas quando contextualizamos o que houve naquele dia lá no templo, não podemos chegar a outra conclusão. Experimente gastar tempo preparando-se para o culto e comprove você mesmo a diferença que isto faz. Mas não quero que conclua só na base do que foi bom para você. Além de ser bom para você, certamente o será para o nosso Pai Celeste que anseia pela comunhão conosco!


Com amor em Cristo.

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